quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sequência didática das Oficinas do Quinto Ciclo

Título: “A representação da mulher pela mídia 2”
Datas: 28 de setembro – 14 horas:   Turvo
            28 de setembro -  19 horas:  Palmeirinha
           30 de setembro – 14 horas:  Campina do Simão

Participantes: Maria Cleci Venturini (Orientadora)
                        Luiz Rogério Camargo
                        Ana Gabriela
                        Camila

Descrição

Nesta oficina o objeto recortado foi a mulher  e a representação dela pela mídia. O texto que ancorou os trabalhos foi o texto imaginários em contradição no discurso sobre o sujeito- mulher na mídia, de Maria Cleci Venturini (capítulo do livro organizado pelo Grupo do Projeto Educação dos sentidos, coordenado pela Profa. Dr. Níncia Cecília Borges Teixeira, que se encontra no prelo). Neste artigo pensamos acerca do contraditório em torno  da representação da mulher na mídia. Com vistas a desenvolver e discutir o tema, recortamos a formação discursiva do feminino e a sub-dividimos em três Fds que a estruturam como um todo, como se pode observar a seguir:

    -  Fd1:  Incluem-se nessa formação discursiva sujeitos-femininos representados como celebridades, cujas discursividades giram em torno da perfeição, mostrando-as como as  mais bonitas e as que sabem viver melhor (vida saudável e feliz). A inclusão nessa representação  e a aura de idealidade que as constitui, autoriza/legitima esses sujeitos a  dizer/sentenciar  como os demais sujeitos-femininos podem/devem conduzir suas vidas, família, carreira.

Fd2: Nessa formação discursiva incluem-se os sujeitos-femininos marginalizados, as quais a mídia “desenha” como modelos a não serem seguidos e mesmo quando vítimas são representadas como culpadas pela violência a que foram submetidas. Destaque-se que nesse  domínio discursivo a representação do sujeito-feminino estrutura-se por meio de imagens recortadas como enunciados e definidos como espaços interdiscursivos, tendo em vista o funcionamento da memória, pela qual o dizer e também o não-dizer ressoa no eixo da formulação.

Fd3: Nessa formação discursiva incluem-se os sujeitos-femininos que constituem a maioria, ou seja, aqueles sujeitos que trabalham fora, cuidam da carreira profissional, são mães, atendem a casa e o marido, ou são exercem a função historicamente imputada a ser, qual seja, ser mãe, esposa e dona de casa e todos os afazeres que a função comporta. Nesse subgrupo não há escândalos, nem acontecimentos sociais de destaque. Por isso, os sujeitos são apagados ou simplesmente não aparecem na mídia, a menos que ocorram tragédias, mesmo assim, o destaque é pequeno. 
Em relação à teoria, centramos as discussões em torno dos conceitos que giram em torno da formação discursiva e da memória a partir dos quais os sujeitos-femininos constituem um universo marcado pela contradição.  

O tema foi desenvolvido a partir das seguintes seqüências didáticas:
1º) Apresentação do tema:   A representação da mulher pela mídia a partir de lugares e posições que elas ocupam na formação social  e que confere aos sujeitos-femininos espaço na mídia;
2º.) Reflexões em torno da mídia e o que a constitui como veicula formador de opiniões em torno de sujeitos dignos de serem celebridades ou marginais;
3º.)  Questionamentos em todo da noção “representação” e ao funcionamento dessa noção na/pela mídia;
4º) Apresentação do tema e da divisão do feminino em três sub-grupos (formações discursivas) a partir de um artigo científico;
5º) Primeiro grupo: sujeito-feminino celebridade. Para pensar em torno desses sujeitos apresentamos um vídeo em que a modelo internacional Gisele Bündchen fala sobre a maternidade e o filho. Nesse vídeo, ela diz, entre outras coisas, que vive vinte quatro horas em função do filho e que a sua mãe está com ela o tempo todo.  Diante das afirmações traçamos, juntamente com os alunos, um comparativo entre os sujeitos que não são celebridades, isto é, que possuem uma “vida normal”, em que as crianças nascem e vivem e nesse espaço de tempo, elas dormem, comem, ficam doentes, crescem, vão para a escola e se tornam adultas, iniciando um novo ciclo. Os pais, entretanto, não deixam de viver, de trabalhar e mesmo assim seus filhos são “normais”, sem grandes problemas; 
6º) Segundo Grupo: sujeito-feminino marginalizado. Para dar conta do sujeito que se inclui nessa representação apresentamos uma matéria em que Elisa Samúdio fala dela mesma, da relação com o goleiro Bruno e da pensão que receberia dele. Entre os não-ditos está o de que o filho poderia não ser do goleiro e que para ela o que está em jogo é a pensão que receberia. Abordamos também as imagens veiculadas pela mídia, em que a mulher aparece representada como “Maria chuteira”  e vestida como tal. Destacamos, em relação a isso, o papel da mídia, que não apenas noticia, mas instaura imaginários em torno dos sujeitos, e por/esses imaginários os representa como marginais, mesmo que sejam as vítimas de uma formação social marcada por crises de todas as ordens;
7º) Terceiro grupo: sujeito-feminino como maioria. Confrontamos os dois grupos anteriores e perguntamos aos alunos se todas as mulheres são celebridades ou marginais. Se não há outras mulheres e que espaço a mídia reserva para este terceiro grupo de mulheres, tendo em vista que constituem a maioria. Para dar conta desse grupo apresentamos um fragmento de um seriado que enfoca a mulher que trabalha fora e é mãe e esposa. Trata-se de um texto humorístico, no qual as situações são estereotipadas e a mulher se debate entre filhos problemáticos tanto no dia a dia como na escola e marido desligado de tudo que diz respeito à família. Esse quadro culmina com o caos na vida profissional, tendo em vista que ela é chamada toda hora para buscar o filho esquecido pelo marido na escola ou para resolver outros problemas domésticos.  Por meio das situações vivenciadas no episódio recortado questionamos: 1 - Por que esses sujeitos que são maioria não merecem espaço na mídia? 2 – Que representação do sujeito-feminino interessa à mídia destacar?
8º) Avaliação: realizamos uma síntese da representação da mulher na mídia e após, selecionamos seis alunos para falar desses representações. Elaboramos questões em torno de cada sub-grupo trabalhado, sendo que dois alunos falavam da mulher celebridade, dois da mulher marginalizada e dois da mulher que não é visibilizada/destacada pela mídia. 

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sequência didática das Oficinas do Quarto Ciclo

Título: Estereótipos retratados pela Mídia – profissões e ocupações

Datas: 21/05, Palmeirinha; 24/05, Turvo; 28/05, Campina do Simão

Participantes: Marcio Fernandes (orientador); Luiz Rogério Camargo; Felipe Marques; Yorran Barone

Descrição:

Estereótipos podem ser definidos como representações exageradas/caricaturais de algo ou alguém. Em geral, não nos preocupamos com eles enquanto não nos atingem, enquanto colam apenas no vizinho, no colega da classe e assim por diante. Esta etapa do Educação dos Sentidos trabalha, a partir de músicas, reportagens jornalísticas, filmes cinematográficos e filmes publicitários, estereótipos de jornalistas, advogados, prostitutas, garis, etc.
Ao longo da oficina, os estudantes são apresentados a conteúdos midiáticos que normalmente eles consomem sem grandes reflexões, o que contribui para que perpetuem estereótipos extremamente perigosos no âmbito social, além de fomento a preconceitos, dentre outras consequências.
Sendo assim, são trabalhos em sala os antônimos 'romantismo' vs 'sensualidade exagerada', por exemplo. Mas, mais do que simplesmente ofertar estudos de casos aos alunos, os mesmos são desafiados a recriar conteúdos midiáticos. É o caso da conhecidíssima música 'Casa das Primas'.
Após o término da atividade se inicia a 2ª parte da oficina. Abordaremos os estereótipos em profissões. A primeira que recebe a abordagem é o jornalismo. Aos alunos é questionado qual é o trabalho do jornalista, suas funções e rotina. Entre as respostas tivemos, “é aquele que aparece no telejornal”, “é o que vai às ruas, pega as informações”, “é o William Bonner”.
Vale ressaltar que a função do jornalista, não importa área de atuação (impresso, áudio, áudio-visual e web) é o do compromisso com a verdade. O jornalista seria como uma ponte para o que é considerado noticia chegue até a sociedade.
Pelas respostas dos alunos, pode-se notar que a crença deles é de que o apresentador de um telejornal e o repórter são os que desempenham as funções desta profissão. Assim, notamos que o jornalista segue os estereótipos de: ler as noticias ao vivo ou ir as ruas e concluir uma matéria.
Com um vídeo ilustrando os bastidores da produção do Jornal Nacional, podemos mostrar aos alunos que as funções da profissão, em áudio-visual, podem variar. Temos o pauteiro, que encaminha ao repórter qual a base e os entrevistados para o mesmo poder ter uma facilidade de produção, o editor, aquele que edita o material encaminhado pelos repórteres e prepara o produto final (telejornal completo), o editor chefe, é o responsável direto pelo telejornal. É ele quem escolhe as reportagens que vão pro ar e responde pelos erros e acertos do programa, entre outros.




Agora, reforçando a idéia, lhes passo um vídeo mostrando um pouco do trabalho do repórter:



Atualmente já foram produzidos muitos filmes relacionados à profissão. Podemos passar aos alunos dois clássicos cinematográficos que mostram alguns pontos em que o jornalista ainda é questionado.
O primeiro é a obra “Boa noite Boa sorte”, de George Clonney. Passa-se nos anos 50. A queda do político Joseph McCarthy é causada pelos embates entre ele e o âncora da rede CBS Edward R. Murrow. O senador foi responsável pela operação "Caça às Bruxas", que acusava, sem provas, cidadãos americanos a comunistas. Será que o jornalista tem poder de ir contra a sua emissora? Quais suas punições por ir contra estes ideais?

O segundo denomina-se “O preço da verdade”, com direção de Billy Ray. Stephen Glass  é um jornalista que consegue entrar para a equipe principal do jornal The New Republic, de Washington. Entretanto, dos anos em que trabalha na redação, mais da metade dos textos de sua autoria ou foram inventados ou copiados, o que não impede seu crescimento. Porém sua fama vai por água abaixo após sua farsa ser descoberta. O filme aborda o que ocorre ao jornalista que foge ao princípio ideal da profissão, o compromisso com a verdade.




Da mesma forma que abordamos os alunos a respeito do jornalismo, faremos o mesmo com a profissão dos advogados, questionando os alunos se eles conhecem a profissão, já tiveram contato com algum profissional, esclarecendo suas dúvidas, funções dos advogados, tipos e requisitos para ser tornar um advogado. Após a apresentação dessa parte, passaremos um vídeo demonstrando o dia-a-dia de um advogado:



Essas questões iniciais, abre uma brecha para a pergunta: “qual a imagem dos advogados perante a mídia?” os alunos ainda em dúvida não conseguem responder a pergunta, gerando alguma discussão a partir desse ponto mostramos dois comerciais relacionado à profissão para tentar esclarecer suas idéias:





Levando a conversa mais para o cinema, grande trouxemos a tona, dois filmes relacionado ao direito, o primeiro: Advogado do diabo, conta a história de um excelente advogado de uma pequena cidade do interior dos EUA que se muda para um grande escritório de advocacia em Nova York, mostrando a ganância de alguns profissionais desse meio; mostraremos alguns trechos do filme para os alunos:




Já o segundo filme citado: Tempo de Matar, conta a história de um advogado branco que defende um homem negro que mata dois homens que estupram sua filha de dez  anos, todo essa história em meio à uma sociedade americana extremamente racista:



Após os debates sobre a profissão do advogado, iremos abordar a última profissão, os garis.
A princípio, mostro um vídeo com o infeliz comentário de um dos maiores âncoras do cenário nacional, Boris Casoy.
                                                                                    


            Sempre, a profissão de gari foi muito marginalizada. O estereótipo de que o lixeiro é alguém a ser desprezado, que mexe e trabalha com algo digno de repúdio. O gari é o profissional responsável pela limpeza das ruas, praças, parques e vias públicas, ou seja, o mesmo tem o papel de manter limpa a cidade que na maioria das vezes é suja por pessoas que a deixam imunda.
            A importância da mesma é tamanha que segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do ano de 2000, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no Brasil são produzidas 228.413 toneladas de lixo por dia. Quanto acúmulo, caso não existissem os mesmos, como ficaríamos nesta situação?
            Mas o que vejo de problema maior é: a partir de um julgamento equivocado sobre determinado assunto, pode-se muito bem menosprezar e marginalizar algo ou alguém, culminado em um desrespeito para com o próximo. Infelizmente vivemos em uma sociedade em que algumas profissões possuem um grau de importância maior que outra. Creio que todas devem possuir um nível de importância igual. Será que o lixeiro, que limpa as ruas, ou o pedreiro, que constrói nossas moradias, não possuem o mesmo status que as outras?
            Finalizando encaminho o vídeo da rotina diárias destes trabalhadores.



ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO QUARTO CICLO


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sequência didática das Oficinas do Terceiro Ciclo

Título: A representação da mulher pela mídia

Datas: 27 de maio (Palmeirinha),
            28 de maio (Campina do Simão)
            31 de maio (Turvo)

Participantes: Maria Cleci Venturini (Orientadora)
                       Luiz Rogério Camargo
                       Ana Gabriela de Souza
                       Camila Machado

Descrição

     Nesta oficina o objeto de estudo foi a mulher e a representação dela pela mídia. Essa representação suscita a questão da violência social, moral e física em torno figura feminina. Para situar e discutir essa questão, destacamos a Lei Maria da Penha, seus objetivos, a relevância social da lei e os efeitos sociais dela na sociedade atual.
     Em relação à teoria, centramos as discussões na memória que ressoa no eixo da formulação por meio de propagandas que usam a imagem da mulher e a constituem como objeto, fazendo emergir imaginários em torno da figura feminina como objeto e também em relação à propaganda e publicidade, cujo objetivo é, em tese, vender não só produtos, mas também ideias.
     O tema foi desenvolvido a partir das seguintes seqüências:

1º) Apresentação do tema:   A representação da mulher pela mídia.

2º) Diferenças entre publicidade e propaganda.

3º) Reflexões em torno da sociedade patriarcal e das conseqüências desse tipo de sociedade em relação à representação da mulher.

4º) Apresentação de quatro textos publicitários que enfocam a mulher (três de cerveja e uma de produto de limpeza).

Kaiser:


Kaiser 2:




Skol:




5º) A partir da apresentação desses textos foram discutidos imaginários em torno da mulher, como objeto nos textos publicitários da cerveja e como dono de casa, preocupada somente com a limpeza – texto de produto de limpeza.

6º) Observação da estrutura do texto: que mulheres aparecem? Como elas são mostradas? Quem está em torno delas e constitui junto com elas o texto?

7º) Todos esses textos suscitam a questão: existe na sociedade hoje a mulher representada nesses textos? As mulheres são sempre belas – como as apresentadas nas propagandas de cerveja?  Ou sempre submissas, desprendidas e preocupadas com a limpeza como aquelas representadas nos textos centradas em produtos de limpeza? Qual a diferença entre a mulher Real e a Mulher Idealizada?

8º) Lei Maria da Penha – apresentação da  mulher que lutou por essa lei e o alcance dela, bem como as implicações sociais e morais dessa lei.

Maria da Penha: 
 

9º) Apresentação de propagandas que veiculam imagens que chocam, em relação à violência contra a mulher, dentre estas imagens, destacamos as de mulheres feridas, violentadas, interditadas, reprimidas, etc.

10º) Avaliação: os alunos, dispostos em círculo, elaboraram frases para expressar por que a mulher deve ser respeitada. Os depoimentos foram gravados para a produção de um videoclipe:

Clipe 3º ciclo Palmeirinha:




Clipe 3º ciclo Turvo:




Clipe 3º ciclo Campina do Simão:

Sequência didática das Oficinas do Segundo Ciclo

Título: Agricultura familiar e educação para o campo.
Datas:  08 de abril (Palmeirinha),
            22 de abril (Campina do Simão)
            22 e abril (Turvo)


Participantes: Ariel José Pires (Orientador)
                       Luiz Rogério Camargo
                       João Sinhori

Descrição

     O tema que envolve o segundo ciclo de oficinas do projeto Educação dos Sentidos é “Agricultura Familiar”. A oficina foi ministrada pelo professor Ariel José Pires, professor do DEHIS da UNICENTRO, e pelo aluno João Sinhori, graduando do curso de História. Com o objetivo de interagir diretamente com os alunos do ensino médio, suas realidades sociais e econômicas, a oficina levantou questionamentos e indagações que explicitamente vão ao encontro de tal realidade, esclarecendo dúvidas sobre os atuais problemas agrários do país e suas possíveis soluções.
     Com uma abordagem teórica, mas também prática, em torno de conceitos como reforma agrária, modos de produção, mão de obra, família, agricultura para exportação, agricultura de subsistência, globalização e êxodo rural, os ministradores tiveram a chance de conhecer o contexto econômico das famílias dos adolescentes que trabalham no campo. A partir disso, foi possível dividir experiências didáticas que auxiliam para própria compreensão da realidade social por parte dos alunos. De forma inerente às práticas escolares, as oficinas se mostraram eficientes e esclarecedoras, tomando-se como referência as discussões em torno do tema e a atividade prática que se seguiu.
     A oficina foi nomeada “História em Canção” e procedeu da mesma maneira nas três escolas. Primeiramente, foram discutidos os conceitos acima citados dando ampla liberdade de discussão para os alunos, justamente para que os ministradores se interassem da realidade de cada aluno e suas especificidades. Em um segundo momento, partimos para atividade prática que buscava, ao mesmo tempo, delinear as opiniões dos alunos e corroborar para o entendimento das questões levantadas durante a oficina.
A atividade se constitui da seguinte forma:

1-    Os alunos ouviram e assistiram clipes de diferentes estilos musicais (hip-hop, rap, MPB, musica nativista) e escolheram um de suas preferências para referenciar a atividade.

A dança do desempregado:




Castelo de Madeira: 



Cio da Terra:




Coração de estudante:



2-    Foram distribuídos materiais como revistas, jornais e cartolinas para que os alunos, que formaram grupos de 3 ou 4, fizessem uma colagem, tendo como base a letra e as imagens do clipe musical.

3-    Finalizado o processo de colagem, os alunos discutiram sobre suas escolhas e as interpretaram perante os outros grupos.

4-    O material coletado juntamente com seus autores foi filmado para que fosse feito um clipe utilizando a música escolhida pela turma.

     Para finalizar a oficina e mostrar resultados aos alunos, incentivando as mais variadas práticas de ensino, foi montado o clipe mostrando tanto as etapas iniciais como finais da atividade. Por coincidência a música escolhida nas diferentes escolas foi “Castelo de Madeira” do grupo de hip-hop “A Família”.

Clipe 2º ciclo Palmeirinha: 



Clipe 2º ciclo Campina do Simão:



Reportagem 2º ciclo Campina do Simão:

Sequência didática das Oficinas do Primeiro Ciclo

Título: Direitos sociais das crianças

Datas: 08 de março (Palmeirinha)
            15 de março(Campina do Simão)
            24 de março (Turvo)

Participantes: Marcio Fernandes (Orientador)
                       Luiz Rogério Camargo
                       Felipe Marques
                       Yorran Barone

Descrição das atividades

A publicidade

     Na segunda parte da oficina abordamos como a publicidade, programas e até jogos influenciam na formação de idéias, opiniões e modos de crianças e adolescentes.
     Em um primeiro momento, nos utilizamos do documentário “Criança: a alma do negócio”, dirigido pela cineasta Estela Renner e produzido por Marcos Nisti. O documentário tem por objetivo incitar a reflexão sobre como a sociedade de consumo e as mídias de massa influenciam diretamente na formação de crianças e adolescentes. Atualmente, nota-se que o lazer dos menores mudou de endereço. As antigas brincadeiras na rua de casa e visitas a amigos dão espaço ao individualismo na frente do computador ou idas aos shoppings e lojas com a finalidade única de aquisição de um determinado produto, muitas vezes esquecidos em um período curto de tempo.
   A abordagem do consumo excessivo destes ainda mostra como um celular ou até mesmo um iate pode influenciar na “felicidade” destas crianças ou adolescente. Para melhor compreensão deste assunto, acompanhe o vídeo abaixo, veja outros exemplos, e entenda claramente a idéia da autora:

Criança é a alma do negócio:



Propagandas abusivas

     Em seguida, ainda falando em publicidade, mostramos duas propagandas abusivas em que são abordados os temas de relacionamento amoroso, habilitação automobilística e independência, sendo que em ambas temos a presença de menores, entre três em cinco anos, como protagonistas.
     A partir do momento que a criança consome este tipo de publicidade, ela acredita que pode ser como aquela vista em sua frente. Isto gera uma reflexão perigosa na mente do menor, pois o leva a crer que namorar ou dirigir, mesmo com pouca idade, é possível. Acompanhe abaixo estas duas propagandas.

Propaganda Claro:


Propaganad Hyundai:



A influência da televisão

     Dentre os veículos midiáticos, o que mais influencia, não só menores, mas a toda população, é a televisão. Atualmente, este meio de comunicação de massa é o mais utilizado pela sociedade. Em um curto espaço de tempo do horário nobre (entre as 20h00min e 22h00min), três integrantes de uma família podem receber e posteriormente consumir tal produto, empresa ou propaganda.
     Imagine-se, pois, que se trata da época de eleições municipais. Às 20 horas se inicia o horário político. O pai, ainda confuso sobre o voto, acompanha o discurso dos candidatos para consolidar sua opinião. Um dos candidatos, se utilizando da malandragem, comenta em seu discurso que sua prioridade é a reforma do posto de saúde local (no momento o principal problema da cidade). O pai acaba acreditando em tal palavra, consome a propaganda pessoal do político e firma seu voto, finalizando este primeiro exemplo.
     Em seguida, se inicia a novela. A mãe acompanha a série desde o início e nota que tal vestimenta da protagonista está à venda nas lojas. Sendo acompanhada pela maioria, estes produtos acabam por se inserir na moda do momento, instigando a mesma a fazer uso de tais produtos.
     Com o término da novela, começam os jogos do campeonato brasileiro. O filho, torcedor fanático, não perde nenhum. No ano de 2007, o Corinthians sofreu o rebaixamento para a segunda divisão do torneio nacional. No ano seguinte foi criado o kit “Eu nunca vou te abandonar”, em alusão a umas das musicas cantada pela torcida. O menino, querendo ajudar o time de coração, consome a propaganda da equipe e compra o kit. O sucesso foi enorme, mais de 40.000 exemplares.
     Tendo em vista essa situação é possível perceber como, em um curtíssimo período, a influência da televisão atinge a vida das pessoas.
     Acompanhe abaixo uma matéria do telejornal “Band Cidade”, e entenda um pouco mais do assunto.

Band Cidade:



     A família também tem alto poder nesta criação infantil. Crianças e adolescentes, muitas vezes, vêem em seus pais um exemplo a ser seguido.
     Este respeito paternal pode ser positivo ou negativo. É o que aborda a propaganda do instituto autraliano “Child Friendly”.
     Acompanhe no vídeo abaixo:

Child Friendly:



Drogas lícitas

     Um problema que vem crescendo bastante nos últimos tempos é o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros pelos menores. Os pais, utilizando-se destas drogas lícitas, diariamente proporcionam a filhos um contato maior com tais substâncias.
     Desde o simples fato de experimentar os estimulantes, o adolescente pode ir aumentando gradativamente a ingestão destes componentes, o que pode culminar em dependência química. Ao chegar neste estado é necessário tratamento. A recuperação se torna difícil e demorada. O apoio e principalmente as atitudes tomadas pela família são essenciais para a libertação do vício.
    Em matéria exibida no telejornal “Bom dia Brasil”, todos estes itens são analisados. Acompanhe abaixo: 

Bom dia Brasil:



Jogos violentos

     Jogos sempre foram umas das grandes diversões do público infantil. Atualmente, com a inclusão digital, um número elevado de pessoas podem usufruir da internet.
     A internet, em um primeiro momento, utilizado como busca de conhecimento, compartilhamento de arquivos e dados, já faz parte do universo dos “games”.
     O lazer oferecido pelas maquinas fascinam o público infantil, contudo, segundo pesquisadores, surgem jogos que podem incitar a violência por parte deste público.
    Muitos são contra a afirmação destes especialistas e o debate: “jogos, incitam ou não a violência?” está em pauta.
    O fantástico, refletindo sobre a questão, publicou uma matéria a respeito. Acompanhe:
Matéria Fantástico:



Atividade desenvolvida

    Como é característico de uma oficina, deve ser desenvolvida alguma atividade prática relacionada ao assunto.
    Nesta oficina optou-se primeiramente pela transmissão do episódio “O Rachador” da conhecida animação “O Pica-pau”.
     Veja o vídeo e em seguida acompanhe qual será a tarefa a ser realizada.

O rachador:



     Após acompanhar o desenho, fica nítido o comportamento desrespeitoso do pássaro para com o policial. A atividade consiste em saber quais foram às infrações realizadas pela ave. Entre elas estão: desacato a autoridade, ultrapassar o limite de velocidade e falsidade ideológica.
     Para os adultos, estes pontos abordados no desenho vão ser, na maioria das vezes, motivos de risos. Já para as crianças é mais um meio de influência.
     Muitas vezes chamado de “desenho infantil”, fica claro o público-alvo. Contudo, como tudo que acompanhamos nesta oficina, os desenhos são fortes meios de influência. Como visto nas duas primeiras propagandas apresentadas, a criança vendo que o pássaro zomba e apronta com o policial pode achar-se no direito de fazer o mesmo, desrespeitando autoridades, idosos e principalmente seus pais.

sábado, 29 de maio de 2010

O projeto

Apresentação

     O campo da educação é reconhecido como espaço fundamental para o desenvolvimento da ciência comunicativa, destacando a expansão da escolarização, pleiteada pelo iluminismo como condição do desenvolvimento do homem e do cidadão, e principalmente, compondo-se como marco indiciário do acesso, uso e apropriação dos conteúdos da mídia. Os meios de comunicação interferem diretamente na formação das pessoas, não há mais como negar a importância de pesquisas integradas entre esses dois campos de estudo para resultados mais eficazes nos procedimentos pedagógicos das escolas. A incapacidade de leitura para além dos códigos lingüísticos dos alunos tem sido objeto de reflexão de educadores para identificar as causas e encontrar caminhos para alteração desta realidade. 
     A velocidade das novas tecnologias de informação “reduziu” significativamente o tempo e o espaço, porém a capacidade de reflexão e introspecção não acompanhou a velocidade perceptiva que a geração tecnológica conquistou. Para que o indivíduo se insira de forma ativa e crítica em meio à rapidez e a mistura de informações (verbais, visuais e sonoras), característica da atual era pós-moderna, é necessário adquirir a capacidade de análise e síntese de maneira simultânea. Um processo de formação global do indivíduo deve, entre outras coisas, analisar e sintetizar criticamente a miríade de informações disponíveis e é nessa direção que a educação para a mídia pode funcionar, mediando as narrativas, levantando questionamentos, levando o aluno a fazer relações complexas, conectando idéias distintas, fazendo elaborações pessoais sobre a sua visão da realidade e compartilhando-a no espaço da sala de aula.

Objetivos

     O Projeto Educação dos sentidos: leituras da mídia tem por premissa estimular nos participantes a reflexão crítica acerca dos diversos aspectos da comunicação contemporânea mediada pela mídia – entendida aqui como o conjunto dos meios de comunicação. Por meio de oficinas, debates e produção de alunos, propõe-se atingir os seguintes objetivos: despertar a curiosidade por outros tipos de informação e o desejo de construir; formular reflexões diferentes sobre a realidade política e social do país e do mundo; e promover em seus participantes o desejo por transformação e formação autônoma de opinião.

Finalidade

     A finalidade do projeto é a construção de sentidos na leitura da mídia. A metodologia aplicada é dividida em três etapas sendo elas: Sensibilização: nessa etapa utilizam-se os materiais coletados na mídia ( filmes, programas televisivos, textos, música, imagens, etc) que possibilitem gerar uma associação de idéias permitindo ao aluno fazer relações que só são possíveis pela observação atenta. Provocação e Escuta : nessa segunda etapa é promovido um debate amplo, um espaço para as questões provocativas e que levem ao aprofundamento sistemático da questão abordada. Síntese: o mediador em conjunto com o grupo e após a análise de forma sistemática de pontos importantes do assunto deve sintetizar o assunto por meio de mecanismos de associações utilizando-se das idéias levantadas na etapa anterior. As oficinas ofertadas, por meio do projeto, serão modulares: 

Módulo I 
Mídia Impressa e Fotografia (Análise crítica das mídias impressas onde serão abordados: jornal, revista e outdoors), 

Módulo II 
Rádio e Cinema

Módulo III 
Televisão e Novas tecnologias. (Análise de programas televisivos e o seu impacto na sociedade,análise de “websites”). Como forma de avaliação haverá a produção e resenhas críticas e material relacionado aos módulos.

Público alvo

Alunos do Ensino Médio da rede pública de ensino