terça-feira, 6 de julho de 2010

Sequência didática das Oficinas do Quarto Ciclo

Título: Estereótipos retratados pela Mídia – profissões e ocupações

Datas: 21/05, Palmeirinha; 24/05, Turvo; 28/05, Campina do Simão

Participantes: Marcio Fernandes (orientador); Luiz Rogério Camargo; Felipe Marques; Yorran Barone

Descrição:

Estereótipos podem ser definidos como representações exageradas/caricaturais de algo ou alguém. Em geral, não nos preocupamos com eles enquanto não nos atingem, enquanto colam apenas no vizinho, no colega da classe e assim por diante. Esta etapa do Educação dos Sentidos trabalha, a partir de músicas, reportagens jornalísticas, filmes cinematográficos e filmes publicitários, estereótipos de jornalistas, advogados, prostitutas, garis, etc.
Ao longo da oficina, os estudantes são apresentados a conteúdos midiáticos que normalmente eles consomem sem grandes reflexões, o que contribui para que perpetuem estereótipos extremamente perigosos no âmbito social, além de fomento a preconceitos, dentre outras consequências.
Sendo assim, são trabalhos em sala os antônimos 'romantismo' vs 'sensualidade exagerada', por exemplo. Mas, mais do que simplesmente ofertar estudos de casos aos alunos, os mesmos são desafiados a recriar conteúdos midiáticos. É o caso da conhecidíssima música 'Casa das Primas'.
Após o término da atividade se inicia a 2ª parte da oficina. Abordaremos os estereótipos em profissões. A primeira que recebe a abordagem é o jornalismo. Aos alunos é questionado qual é o trabalho do jornalista, suas funções e rotina. Entre as respostas tivemos, “é aquele que aparece no telejornal”, “é o que vai às ruas, pega as informações”, “é o William Bonner”.
Vale ressaltar que a função do jornalista, não importa área de atuação (impresso, áudio, áudio-visual e web) é o do compromisso com a verdade. O jornalista seria como uma ponte para o que é considerado noticia chegue até a sociedade.
Pelas respostas dos alunos, pode-se notar que a crença deles é de que o apresentador de um telejornal e o repórter são os que desempenham as funções desta profissão. Assim, notamos que o jornalista segue os estereótipos de: ler as noticias ao vivo ou ir as ruas e concluir uma matéria.
Com um vídeo ilustrando os bastidores da produção do Jornal Nacional, podemos mostrar aos alunos que as funções da profissão, em áudio-visual, podem variar. Temos o pauteiro, que encaminha ao repórter qual a base e os entrevistados para o mesmo poder ter uma facilidade de produção, o editor, aquele que edita o material encaminhado pelos repórteres e prepara o produto final (telejornal completo), o editor chefe, é o responsável direto pelo telejornal. É ele quem escolhe as reportagens que vão pro ar e responde pelos erros e acertos do programa, entre outros.




Agora, reforçando a idéia, lhes passo um vídeo mostrando um pouco do trabalho do repórter:



Atualmente já foram produzidos muitos filmes relacionados à profissão. Podemos passar aos alunos dois clássicos cinematográficos que mostram alguns pontos em que o jornalista ainda é questionado.
O primeiro é a obra “Boa noite Boa sorte”, de George Clonney. Passa-se nos anos 50. A queda do político Joseph McCarthy é causada pelos embates entre ele e o âncora da rede CBS Edward R. Murrow. O senador foi responsável pela operação "Caça às Bruxas", que acusava, sem provas, cidadãos americanos a comunistas. Será que o jornalista tem poder de ir contra a sua emissora? Quais suas punições por ir contra estes ideais?

O segundo denomina-se “O preço da verdade”, com direção de Billy Ray. Stephen Glass  é um jornalista que consegue entrar para a equipe principal do jornal The New Republic, de Washington. Entretanto, dos anos em que trabalha na redação, mais da metade dos textos de sua autoria ou foram inventados ou copiados, o que não impede seu crescimento. Porém sua fama vai por água abaixo após sua farsa ser descoberta. O filme aborda o que ocorre ao jornalista que foge ao princípio ideal da profissão, o compromisso com a verdade.




Da mesma forma que abordamos os alunos a respeito do jornalismo, faremos o mesmo com a profissão dos advogados, questionando os alunos se eles conhecem a profissão, já tiveram contato com algum profissional, esclarecendo suas dúvidas, funções dos advogados, tipos e requisitos para ser tornar um advogado. Após a apresentação dessa parte, passaremos um vídeo demonstrando o dia-a-dia de um advogado:



Essas questões iniciais, abre uma brecha para a pergunta: “qual a imagem dos advogados perante a mídia?” os alunos ainda em dúvida não conseguem responder a pergunta, gerando alguma discussão a partir desse ponto mostramos dois comerciais relacionado à profissão para tentar esclarecer suas idéias:





Levando a conversa mais para o cinema, grande trouxemos a tona, dois filmes relacionado ao direito, o primeiro: Advogado do diabo, conta a história de um excelente advogado de uma pequena cidade do interior dos EUA que se muda para um grande escritório de advocacia em Nova York, mostrando a ganância de alguns profissionais desse meio; mostraremos alguns trechos do filme para os alunos:




Já o segundo filme citado: Tempo de Matar, conta a história de um advogado branco que defende um homem negro que mata dois homens que estupram sua filha de dez  anos, todo essa história em meio à uma sociedade americana extremamente racista:



Após os debates sobre a profissão do advogado, iremos abordar a última profissão, os garis.
A princípio, mostro um vídeo com o infeliz comentário de um dos maiores âncoras do cenário nacional, Boris Casoy.
                                                                                    


            Sempre, a profissão de gari foi muito marginalizada. O estereótipo de que o lixeiro é alguém a ser desprezado, que mexe e trabalha com algo digno de repúdio. O gari é o profissional responsável pela limpeza das ruas, praças, parques e vias públicas, ou seja, o mesmo tem o papel de manter limpa a cidade que na maioria das vezes é suja por pessoas que a deixam imunda.
            A importância da mesma é tamanha que segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do ano de 2000, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no Brasil são produzidas 228.413 toneladas de lixo por dia. Quanto acúmulo, caso não existissem os mesmos, como ficaríamos nesta situação?
            Mas o que vejo de problema maior é: a partir de um julgamento equivocado sobre determinado assunto, pode-se muito bem menosprezar e marginalizar algo ou alguém, culminado em um desrespeito para com o próximo. Infelizmente vivemos em uma sociedade em que algumas profissões possuem um grau de importância maior que outra. Creio que todas devem possuir um nível de importância igual. Será que o lixeiro, que limpa as ruas, ou o pedreiro, que constrói nossas moradias, não possuem o mesmo status que as outras?
            Finalizando encaminho o vídeo da rotina diárias destes trabalhadores.



ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO QUARTO CICLO